O Mundo Mudou

Em que pesem alguns dos esforços feitos na direção de um modelo de vida mais ecológico e, por isto, sustentável, o que se tem na sociedade do século XXI é a tentativa de viver com as mesmas despreocupações de 50 anos atrás. Isto já era, cara-pálida!

O mundo mudou. As alterações climáticas não são previsões sobre um futuro distante e incerto, mas se traduzem nos eventos naturais extremos já noticiados recorrentemente.  São, por exemplo, as chuvas pesadíssimas que caíram concentradas no sul da Bahia, em Minas Gerais e na cidade de Petrópolis, e a estiagem no oeste de Santa Catarina, para não sairmos do Brasil.

Se esses eventos fossem isolados e eventuais, seriam lamentados os prejuízos materiais e algumas vidas perdidas, e tudo voltaria ao normal depois que passassem. Não é assim que acontece, porém. Chuvas e secas extremas combinam e se associam de modo significativo e direto com a capacidade de produção de alimentos para uma população que já beira os 8 bilhões de humanos. O ponto nevrálgico, portanto, é o risco à segurança alimentar. Fora as perdas na agricultura (e os impactos são em escala mundial), as criações animais também estarão expostas a stress térmico e impactarão também a conta alimentação.

Há muito que o pensar ecológico é uma imposição para a continuidade da vida na Terra. Há que ser quebrada a cadeia doentia do consumo. Há que se celebrar um novo contrato social mais acolhedor e inclusivo. Ou comprar a passagem de ida para Marte.

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Gilmar

Mestre em Ecologia Humana e Problemas Sociais Contemporâneos pela Universidade Nova de Lisboa e pós graduado em Gestão Ambiental e Sanitária.

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