Governança Ética
A governança ética é uma expressão que deve ganhar cada vez mais destaque no mundo empresarial, sobrevivendo aos modismos que repetem refrões ocos e estéreis que nada significam. É uma imposição dos tempos modernos.
Em linhas gerais refere-se a algo bem simples, mas que precisa ser reaprendido; o respeito às regras do jogo com integridade e transparência, independente do porte ou setor de atuação da empresa, evitando-se os chamados jeitinhos, atalhos para vantagens ilegítimas que firmam privilégios.
Daí a necessidade de inserir no cardápio do banquete corporativo a governança ética para que todos degustem e se deleitem com o sentimento da responsabilidade comum, compreendendo-se de uma vez que ou ganham todos ou todos perdem.
O quadro de saturação do uso dos recursos naturais já é severo e essa constatação tem contribuído fortemente para a mudança de postura por parte das organizações. A poluição da água, do solo e do ar reacende o alerta de que a “estufa” pode passar a não fazer tão bem à vida. E isto exige um novo olhar para a forma que se vive, pensa e produz.
A governança ética tem relação direta com a reputação das empresas e tratará como rejeito social os que ostentam suas malas cheias de dinheiro de fontes sempre duvidosas e suas cuecas abarrotadas também de muito dinheiro que não podem justificar. Igualmente, serão tratados como rejeitos empresários-meliantes que se acumpliciam com autoridades-meliantes. Por isso que já surgem em frentes espalhadas pelo mundo focos de adoção da governança ética, o que é desejável em relações globalizadas.
É claro que o sistema estabelecido não se importa com esse tipo de mensagem; acha-a inócua e sem forças para afetar o status quo. E é nessa presunção que pode ser atingido.
Como se diz que a caminhada de mil léguas começa com o primeiro passo, que as práticas empresariais fundadas no respeito às regras, a que temos chamado de governança ética e que não excluem o respeito às pessoas, escancare as possibilidades de novos modelos de relação e seja mais um pequeno passo na direção de uma sociedade com empresas bem reputadas e em sadio equilíbrio com a natureza.
Gilmar
Mestre em Ecologia Humana e Problemas Sociais Contemporâneos pela Universidade Nova de Lisboa e pós graduado em Gestão Ambiental e Sanitária.