Jogando dinheiro fora

Resíduos valem muito dinheiro que não é aproveitado pelas cidades. Segundo dados de 2020 da ABRELPE – Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, cada adulto produz em média 465 g de resíduos orgânicos por dia, sendo que 1 tonelada desses resíduos produz 123 m³ de biogás, conforme o Kuratorium für Technik und Bauwesen in der Landwirtschaft eV (KTBL). E o biogás é composto predominantemente por metano (CH4) (50 a 75%), CO2 (25 a 50%) e outros gases com valores inexpressivos, embora deva-se mencionar o gás sulfídrico (H2S), altamente corrosivo para motores e equipamentos, se não filtrado antes do uso. Ele é resultado da biodigestão. E para o processamento de grandes massas de matéria orgânica são recomendados os biodigestores de fluxo contínuo, os CSTR, da sigla em inglês.

Para a agência alemã do meio ambiente, a FNR, a queima de 1 Nm³ de metano libera 9,97 kWhter. E a conversão da energia térmica em elétrica ocorre entre 28 a 45% daquela. Arredondando, 10 kWhter (quilowatt-hora térmico) tornam-se de 3 a 4,5 kWhel (quilowatt-hora elétrico).

 Para um cálculo raso, uma cidade com 215.100 habitantes adultos produz 100 toneladas (215.100 x 465g) de matéria orgânica por dia, que são convertidas em 12.300 m³ de biogás. Com 50%, por exemplo, tem-se a produção diária metano em 6.150 m³. Agora multiplique-se esses 6.150 pela quantidade de kWhel obtida na queima de metro cúbico de biometano (3,5 kWhel), e o resultado é espantoso: 21.894 kWhel que não são aproveitados na cidade hipotética e acabam perdidos nos lixões e os aterros sanitários que só queimam o metano.

Em algumas regiões do Brasil o preço do kWhel passa de R$ 1,00. Pelos números extraídos do exemplo, são quase R$ 22.000,00 por dia sendo desperdiçados. Num mês o desperdício acumulado é de aproximados R$ 660.000,00. E num ano quase chega aos R$ 8.000.000,00 (oito milhões de reais). Não faz o menor sentido em nenhum cenário.

E esses resultados não contabilizam a redução dos passivos ambientais gerados pelo lixo incorretamente disposto, a redução dos vetores de muitas doenças e a geração de emprego e renda.

É uma grana que faria um bem enorme para qualquer cidade e não há razão para não aproveitá-la.

Se quiser saber como implantar a solução na sua cidade, entre em contato com a GBF Soluções Ambientais Ltda.

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Gilmar

Mestre em Ecologia Humana e Problemas Sociais Contemporâneos pela Universidade Nova de Lisboa e pós graduado em Gestão Ambiental e Sanitária.

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